No Estado, cerca de 100 prefeituras amanhecerão com as
portas fechadas para sensibilizar a presidente Dilma Rousseff para a
difícil situação financeira das cidades
Jornal do Commercio
Cerca de 100 prefeituras municipais do Estado amanhecem nesta
segunda-feira de portas fechadas ao público, em um movimento paredista
que nasceu espontâneo entre prefeitos e que passou a ser articulado pela
Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). A “greve branca” das
prefeituras está programada para terminar só na próxima sexta-feira
(16), não atingindo apenas as áreas de saúde, educação, limpeza urbana e
segurança patrimonial.
A mobilização – que se reproduz também em outros Estados,
principalmente no Nordeste – visa a sensibilizar a presidente Dilma
Rousseff para o quadro de “penúria” financeira das cidades, gerada pela
redução sucessiva dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), provocada pelas renovadas isenções do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para os automóveis e produtos da linha branca ao
longo de 2012.
O movimento dos prefeitos tem três pontos de reivindicação, a começar
pela concessão de um bônus compensatório pelas perdas do FPM, a adoção
de medidas emergenciais para enfrentamento da seca e, agora, a sanção
presidencial ao projeto que dá nova distribuição – mais igualitária –
aos royalties da produção do petróleo no País. A expectativa de uma
centena de prefeituras paradas, em Pernambuco, é projetada pelo
presidente da Amupe, Jandelson Gouveia (PR), prefeito
de Escada, na Mata Sul, que ressaltou a mobilização dos gestores em uma
segunda frente, nesta terça-feira, em Brasília. “Não é uma greve, é uma
mobilização de advertência. Cada Estado está buscando a sua forma de
mobilização. Aqui, os prefeitos decidiram por fechar as portas. À tarde,
nós teremos uma ideia da quantidade de adesão”, revelou Jandelson.
A previsão do movimento é que três mil prefeitos dos 5.565 municípios
do Brasil estejam em Brasília, nesta terça-feira, quando terão uma
reunião no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, e contam com a
articulação de deputados para uma audiência com a ministra da
Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Os prefeitos,
porém, apostando na presença maciça, querem aproveitar a mobilização
para forçar uma audiência com a própria presidente.
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