
Militar, Cleto da Costa Campelo Filho chegou ao Recife no início de 1926, transferido do Rio de Janeiro onde servia. Veio com um plano secreto de “levantar parte do exército pernambucano e juntar-se à Coluna Prestes” que, no dia 02 de fevereiro daquele ano, chegara ao Estado, entrando pelo Vale do Pajeú. A insurreição idealizada pelo jovem tenente teve início a 17/02/1926 e duraria muito pouco: apenas um dia. O plano foi descoberto, alguns conspiradores foram presos, mas Cleto Campelo conseguiu fugir, seguindo direto para a cidade de Jaboatão.
Em Jaboatão, Cleto Campelo e mais 25 companheiros tomaram a cadeia pública, libertaram os prisioneiros, prenderam os policiais que estavam de serviço, apossaram-se de armas e munições e cortaram a linha telefônica com o Recife. Em seguida, saquearam algumas casas comerciais, tomaram a oficina da Rede Ferroviária, apossaram-se de um trem e iniciaram uma viagem com destino às margens do Rio São Francisco, para onde seguira parte da Coluna Prestes. A primeira parada foi em Tapera e, ao chegar em Vitória de Santo Antão, onde almoçaram, o trem já levava 80 revoltosos.
Na parada seguinte, em Gravatá, ocorreria a primeira tragédia: ao descerem do trem, os revolucionários foram surpreendidos com rajadas de balas, disparadas por tropas legalistas que, entrincheiradas, aguardavam a chegada dos rebeldes. Era o dia 18/02/1926 e o primeiro a cair morto foi o comandante Cleto Campelo. Naquele momento, o pânico tomou conta da tropa, muitos revoltosos desistiram da empreitada e fugiram. A muito custo, o tenente Valdemar Lima acalmou os rebeldes, assumiu o comando do movimento e convenceu parte do grupo a seguir em frente.
Mas, a viagem não iria muito longe.
Antes de chegar a Caruaru, exatamente no povoado chamado Gonçalves Ferreira, uma sabotagem na estrada de ferro fez o trem descarrilar. Sem condições de seguir adiante, o tenente Valdemar Lima desistiu do movimento, alguns revoltosos fugiram mata adentro e, com pouco mais de 20 homens, o comandante rumou, a cavalo, para o município de Vertentes, de onde pretendiam fugir para o vizinho Estado da Paraíba. Não chegariam: no povoado denominado Topada, o grupo foi emboscado pela Polícia e quatro revoltosos foram mortos, sendo o tenente Valdemar Lima o primeiro a cair.
Dos revolucionários que escaparam, nunca mais se ouviria falar.
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