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quarta-feira, 1 de junho de 2011
Celulares podem ser cancerígenos
LONDRES (AE-AP) - Depois de revistar os detalhes de uma série de estudos publicados, um painel internacional de especialistas concluiu que telefones celulares podem ser cancerígenos para os seres humanos. O comunicado do grupo foi divulgado, ontem, em Lyon, França, pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer após uma semana na qual os especialistas ficaram reunidos. Os especialistas classificaram os telefones celulares na categoria 2B, o que significa que são possivelmente cancerígenos para humanos. Outras substâncias nesta mesma categoria são o pesticida DDT e o gás expelido por motores movidos a gasolina.
O grupo revisou as possíveis ligações entre câncer e o tipo de radiação eletromagnética encontrada em telefones celulares, micro-ondas e radares. A agência é o braço para o estudo do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). As conclusões do grupo serão enviadas para a OMS e para agências nacionais de saúde e podem servir como guia para o uso de telefones celulares.
No ano passado, os resultados de um grande estudo não mostraram ligação clara entre telefones celulares e câncer. Mas alguns grupos afirmam que o estudo levantou sérias preocupações, porque mostrou uma sugestão de uma possível ligação entre uso prolongado de telefone celular e o glioma, um tumor de cérebro raro, mas geralmente mortal. No entanto, os números não foram suficientes para formar um caso de estudo.
O estudo foi controverso porque começou com pessoas que já tinham câncer. Foi perguntado a elas com que frequência usavam seus telefones celulares mais de uma década atrás. Em outros cerca de 30 estudos feitos na Europa, Nova Zelândia e nos Estados Unidos, pacientes com tumores cerebrais não relataram o uso de seus celulares com mais frequência do quem não tinha a doença.
Como o uso de celulares é muito popular, pode ser impossível para os especialistas fazer alguma comparação. De acordo com uma pesquisa realizada em 2010, o número de assinantes de telefonia celular em todo o mundo havia atingido cinco bilhões. Um estudo recente do Instituto Nacional de Saúde dos EUA mostrou que o uso do celular pode acelerar a atividade cerebral, mas não se sabe se há efeitos perigosos para a saúde.
(Folha de Pernambuco).
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