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sábado, 26 de maio de 2012

O alto preço que pagamos pela corrupção

Temos sido bombardeados, nos últimos dias, pelos veículos de comunicação, por mais uma onda de denúncias envolvendo algumas autoridades de Brasília. Essa é mais demonstração medonha de falta de comprometimento com a coisa pública e desvios, não apenas de dinheiro, mas, sobretudo de caráter, por parte de alguns dos nossos homens públicos.
Em 1907, o grande jurista brasileiro Ruy Barbosa disse: “de tanto conviver e assistir a corrupção em meu país, sinto vergonha de ser honesto”.  Esse desabafo tem mais de cem anos e a coisa continua a mesma por aqui.
A pergunta que se faz é: até quando? Até quando assistiremos anestesiados a esses descalabros? Até quando “bandidos”, travestidos de homens públicos, se sentirão à vontade para se apropriarem do erário sem qualquer punição? Até quando teremos que abrir os jornais diários na expectativa de qual será o próximo escândalo? Até quando…?
Martin Luther King, líder negro americano, certa vez disse: “O que me preocupa não são os gritos dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons”.
Que nós temos um sistema político contaminado pelo fisiologismo, disso ninguém tem dúvida e, talvez seja essa a maior herança do modelo colonizador implantado pelos portugueses desde 1500. Modelo esse centrado na exploração de bens primários e num pseudo fortalecimento do Estado a partir de uma elite que dele se apropria e deleita.  Mas, daí a adotarmos a inércia e a anomia como reposta, é algo inaceitável numa nação que pretende ser protagonista no plano internacional.
A Presidenta Dilma, após ter que demitir alguns dos seus principais ministros, além de outros membros do segundo escalão envolvidos em corrupção, começou o seu segundo ano de governo com um saldo nada positivo para quem, na visão de seu antecessor, herdou um país nos “trilhos”. O que talvez o seu antecessor esqueceu de alertar é que os vagões desse trem estavam repletos de “sovinas”, fisiologistas profissionais  que transformaram alguns ministérios em verdadeiros escritórios do crime organizado, onde  “chacais”, regados a caviar e champanhe francês, definem qual será o próximo golpe. E tudo isso patrocinado pelo povo que, anestesiados por cartões do Bolsa Família, Minha Casa Minha vida e Prouni, são incapazes de se indignar.
O que está sendo divulgado em Brasília é apenas a ponta de um iceberg que, se for explorado um pouco mais, levará a outros setores do governo uma vez que o fisiologismo e a troca de “gentilezas” entre o público e o privado tem sido regra na política brasileira.
Basta acessar o site Transparência Brasil e conferir as empresas que patrocinaram as últimas candidaturas vencedoras. Esses “favores” precisam ser pagos de alguma forma e a solução encontrada é o superfaturamento de obras públicas, o direcionamento das concorrências e a nomeação de pessoas com caráter duvidoso para cargos estratégicos. Nesse samba do crioulo doido que se transformou o jogo político nacional, o principal lesado é o povo que arca com o alto custo desse fisiologismo.
Estradas esburacadas, educação pública sucateada, saúde pedindo socorro e índices de violência urbana que superam países em guerra são o saldo de anos de corrupção. O fisiologismo político é a síntese de tudo de ruim que a política brasileira produziu nos últimos anos e, talvez, seja o melhor exemplo de que quando o povo se abstém de sua obrigação constitucional, que é fiscalizar as ações do governo,  o resultado é o caos.
Pense Nisso!!!

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