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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Um país de analfabetos

Subdesenvolvimento é sinônimo de ignorância.O abandono intelectual e a fragilidade moral em que se encontra o povo brasileiro são as principais causas dos seus infortúnios.A mera observação daquilo que se passa ao nosso redor já seria suficiente para concluirmos que sem educação não há saída, mas,agora,o fato encontra-se confirmado por uma pesquisa do Ibope,divulgada em setembro passado.Os dados mostram que 75% da nossa população não consegue ler nem escrever satisfatoriamente,pois muitos daqueles que eram considerados alfabetizados por outros métodos de avaliação,embora consigam ler palavras,não têm noção do que elas realmente significam e não compreendem corretamente o sentido de um texto.

Obviamente,não basta saber rabiscar o nome ou meia dúzia de palavras para ser considerado alfabetizado,ou seja,apto a adquirir conhecimentos por meio da leitura ou de se fazer entender por meio da escrita. Assim,dos mais de 180 milhões de brasileiros,cerca de 130 milhões vivem na ignorância.O conceito de analfabetismo funcional foi desenvolvido pela Unesco no fim da década de 70 e engloba aqueles que não conseguem utilizar a leitura e a escrita para se inserir plenamente na sociedade e compreender a realidade.Essa,por tanto,é a verdadeira exclusão social.

Compreensão
O índice encontrado explica muita coisa.A corrupção deslavada,por exemplo,tem tudo a ver com a ignorância. Primeiro,porque os governantes não se sentem na obrigação de dar satisfações a ninguém,já que o povo,mergulhado nas trevas,não entende e não cobra nada.Segundo,porque os próprios governantes,em par te,provêm dessa camada iletrada da população e são completamente despreparados para assumir funções administrativas de relevância. Quanto mais ignorante o político, menos se importará com as conseqüências sociais de atos de ganância e irresponsabilidade política que possa praticar.Dessa forma,a falta de ética no trato da coisa pública alastrou-se por todas as camadas da população, enredando-se profundamente nas práticas eleitorais e administrativas. Mesmo os mais intelectualizados e,possivelmente,mais conscientes dos deveres de um governante,foram,em certos casos,tragados pela cultura da prevaricação. O triste espetáculo da administração federal petista e da banalização da propina no Congresso Nacional são puro reflexo desse obscurantismo cultural.“Faturar por fora ”,exigir “agrados ”,cobrar “mesadas ”,vender favores são comportamentos tão baixos,tão irresponsáveis que só podem partir de pessoas sem escrúpulos e sem nenhum compromisso com o interesse público.

Efeito dominó
Por sua vez,parcela da elite econômica acaba agindo da mesma forma que os políticos irresponsáveis,seguindo as mesmas regras,perpetuando as bandalheiras.O resultado é perceptível a olho nu.Além da miséria generalizada e da transformação do país em um favelão,é importante observar que não existem mais lugares aprazíveis no Brasil.As regiões montanhosas,anteriormente exuberantes e cobertas de vegetação, atualmente estão em processo acelerado de desmatamento,castigadas pelas queimadas ou ocupadas por barracos precários pendurados em suas encostas.As praias, verdadeiros símbolos de nossa natureza tropical,sucumbem aos coliformes fecais e à ocupação irregular.As cidades,totalmente desorganizadas,vicejam em meio ao lixo,ao esgoto,à degradação ambiental e à violência.As periferias dos grandes centros urbanos são um espetáculo de horror,tomadas de casas precariamente construídas,apinhadas,todas de tijolo aparente ou barro,desprovidas das mais elementares condições de higiene e segurança. Para piorar o quadro,dos 40 milhões que,supomos,são alfabetizados de verdade,poucos gostam de ler.É enorme a quantidade de cidades que sequer possuem livrarias,e muitas delas abrigam universidades.Difícil saber como conseguem ensinar sem livros...O momento é de tomada de consciência e de adoção de medidas imediatas.Se não afastarmos e punirmos com rigor os corruptos,se não recuperarmos o dinheiro que nos foi subtraído,se não investirmos em educação,continuaremos sendo vítimas de aventureiros e aproveitadores.


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