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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pernambuco rural é cheio de opções

 (Sebrae/Divulgação)


Até a Copa do Mundo de 2014, Pernambuco, assim como outros estados do Brasil, respira planejamento. Todos os setores, governamentais ou não, querem aproveitar a visibilidade que o país vai ter para potencializar as suas particularidades. Das transações econômicas aos museus, do debate político à gastronomia, das inovações na arquitetura à cultura popular: o turismo perpassa as discussões sobre como o estado vai recepcionar (e satisfazer) milhares de novos turistas.

Em termos práticos, os 64 mil leitos disponíveis aos que visitam Pernambuco vão receber reforço de mais 22 mil, já em obra. Para a Copa das Confederações de 2013, até 4 mil novos leitos devem ficar prontos a tempo. “Esse crescimento não é só por conta da Copa, mas porque Pernambuco vive um momento diferenciado”, acredita Eduardo Cavalcanti, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco (Abih-PE).

Empresário do ramo hoteleiro, Eduardo é também um dos proprietários do Hotel Fazenda Portal de Gravatá (www.portaldegravata.com.br) (fone: (81) 3533-0288), localizado a cerca de 85 km do Recife e há 27 anos no mercado. O empreendimento é uma das referências no que diz respeito ao turismo rural do estado. E vai tirar proveito, seja da expectativa para a Copa, seja do “momento diferenciado”, para crescer. “Hoje, temos 88 apartamentos. Até o final de 2013, vamos ter mais 74”, avisa.

Se o binômio Recife-Olinda e o extenso litoral de águas mornas parecem confortáveis no papel de cartão-postal pernambucano, equipamentos culturais da zona rural, como o Portal de Gravatá, demonstram uma positiva inquietação quanto à oportunidade que se aproxima. Oportunidade para melhor se estruturar, mostrar-se para o mundo e firmar-se como rota turística, independentemente dos eventos esportivos. Afinal, “a Copa não é um fim, ela é um meio”, como faz questão de dizer Alberto Feitosa, secretário de turismo de Pernambuco.

A zona rural pelo mundo...

No mês passado, como parte dessa estratégia de promoção, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lançou um catálogo que reúne os melhores e mais importantes equipamentos do Agreste, da Zona da Mata e, ainda, do Litoral. A publicação “Turismo Rural em Pernambuco” é um autêntico portfólio. Bilíngue, é também preciso ao mirar seu alvo. “Queríamos um material para podermos divulgar esse viés do nosso turismo nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia”, explica Alberto.

O material em questão compila 23 endereços, todos aptos a receber turistas. De acordo com dados da Comissão de Turismo Rural, da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco, atualmente cerca de 80% do público visitante vem de dentro do próprio estado, mais cidades da Paraíba, de Alagoas e do Rio Grande do Norte. “A ideia agora é ir além desse público”, diz Luciana Petribú, presidente da Comtur/Faepe.

A leitura, ilustrada por fotografias do sol se pondo, rios em curva e barquinhos ancorados, traz breves descrições sobre os espaços, além de informações objetivas (endereço, telefone, site, etc). De brinde, os municípios e distritos escolhidos pela equipe do Sebrae ganharam mapa com as distâncias em relação à capital destacadas e indicações de trajeto. No discurso e na prática, os organizadores estão apostando na curiosidade do público para ir ao encontro de suas próprias origens. Em forma de artesanato, folclore, gastronomia e natureza.
Gravatá, Bezerros, Segra Negra: o melhor abre-alas
 (Sebrae/Divulgação)


Se deu vontade de conferir de perto o que o interior do estado tem a oferecer, pegue a estrada. A BR-232, conhecida como Rodovia Luiz Gonzaga, está em boas condições para tráfego. A 85 km do Recife, Gravatá, referência maior entre os municípios do interior, sustenta a fama de ser a Suíça do Agreste pernambucano. Comparações à parte, a cidade de quase 75 mil habitantes mistura a temperatura amena a trilhas e planaltos, gados e cavalos, fondues e cartolas. Localizada na Serra das Russas, a altitude de quase 450 metros é o principal atrativo para quem quer fugir do calor do Recife.

Sua infraestrutura de hotéis é um chamariz para o público interessado em descansar, entrando em contato com a natureza. No já citado Portal de Gravatá, que recentemente recebeu o prêmio CAIO de Sustentabilidade por sua consciente utilização dos recursos naturais, o lazer é para a família. “Nossa programação interna inclui pescaria, cavalgada, banho de piscina, jogos, recreações. Os pais conseguem relaxar, enquanto os filhos se divertem em segurança”, comenta Eduardo.

 (Sebrae/Divulgação)


Reinaugurado em 2011, o Mercado Público de Gravatá (aberto de terça-feira a domingo, das 6h às 22h) se tornou o novo ponto de encontro da cidade e merece uma visita. Com a fachada pintada de amarelo e tijolos aparentes em seu interior, os boxes oferecem queijos, doces, cachaças e objetos artesanais. Objetos esses que são maioria no Polo Moveleiro, ou Rua dos Móveis, no centrinho do município. Além de peças decorativas, o cliente encontra uma variedade de mobiliário em madeira.

Para experimentar da gastronomia regional, vá ao restaurante Charque da Dona Neuza (fone: (81) 3533-1561), em que as carnes são o carro-chefe do cardápio. Se quiser um ambiente mais sofisticado, o Taverna Suíça (fone: (81) 3533-0299) trabalha com fondues, salgados e doces. A sobremesa do Mania Caseira (fone: (81) 3533-1639) é uma especialidade de Gravatá: a famosa cartola, doce com banana frita, fatia generosa de queijo manteiga e açúcar e canela pulverizados, vale as milhares calorias.

Próximo ao centro de Gravatá, a Pousada Fazenda Santa Fé (www.terradesantafe.com.br) (fone: (81) 3341-1400/9226-5100/9283-9000), em Bezerros, é uma opção mais rústica ao viajante. Tereza Fiúza, proprietária e presidente da Associação Pernambucana de Turismo Rural (Apeturr) transformou baias em áreas de convivência para hóspedes, mas conseguiu manter o clima original de fazenda. “Minha família criava gados e cavalos no terreno. Só depois percebemos o potencial turístico que o lugar oferece e resolvemos investir”, conta. Hoje em dia, a pousada entretém as crianças com atividades rurais. Elas podem alimentar as galinhas, tirar leite de vaca e andar a cavalo. Tudo incluso na diária.

 (Sebrae/Divulgação)


Aos turistas que querem deixar os filhos em casa, Serra Negra, distrito de Bezerros, ainda nos arredores de Gravatá, descortina uma alternativa luxuosa. A Ayatana Parador (www.paradorayatana.com.br) (fone: (81) 3708-3079/9666-8222) é um reduto para poucos. Com quatro chalés temáticos, o endereço localizado no cume de uma montanha é voltado ao público adulto, sem crianças. “Queríamos trabalhar um nicho pouco desenvolvido no estado. Nossa infraestrutura está a postos para quem quer vir sozinho ou a dois”, explica Cristina Campos, proprietária. No espaço, piscina ao ar livre, sauna e ofurô. A decoração é um capricho à parte. O bar e o restaurante do Ayatana bebe do toque retrô. Geladeira dos anos 1950, máquina de datilografia e louça de porcelana enchem os olhos de quem se hospeda.

Circulando por Bezerros e Serra Negra, duas paradas são obrigatórias ao visitante. Peças de 220 artesãos de 29 municípios o esperam no Centro de Artesanato de Pernambuco (fone: (81) 3728-6650), em Bezerros. A visita é imperdível por expor a diversidade de trabalhos manuais, em barro, madeira, fibra, tecido e o que mais der na telha do artesão pernambucano. Logo na entrada, 300 máscaras de papangus, símbolo do carnaval local, recepcionam quem chega. Destacam-se, ainda, as xilogravuras de J. Borges, os motivos de Mestre Luiz Galdino e os bonecos de Manuel Eudócio.


 (Julio Lopes/Divulgação)


Reservas com trilhas, cavernas e mirantes não faltam em Bezerros. Siga em direção ao Polo Cultural de Serra Negra, ladeado pelo Anfiteatro a céu aberto, e tenha um aperitivo da paisagem de quem explora a região a pé. Para se sentir pequeno diante da imensidão do Agreste, caminhe até o Mirante da Antena, em Serra Negra. Do ponto mais alto do distrito, a Igreja de São Francisco Xavier, lá embaixo, consegue se fazer notar entre um rochedo e outro.

Explore à vontade

No catálogo do Sebrae, em parceria com a Apeturr e a Comtur/Faepe, outras 16 localidades estão listadas na publicação. Em Vicência, a 94 km do Recife, o Engenho Poço Comprido (fone: (81) 3641-1635/9902-1227), na Mata Norte, é o único tombado nacionalmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Edificação do século XVII, desde 1999 vem passando por um processo de ações preservacionistas. Já no distrito de Ponta de Pedras, conhecido pela faixa litorânea, em Goiana, o diferencial é o Aparauá Ecoaventura (www.aparaua.com.br) (fone: (81) 3227-1470/9101-3510/9239-7495), a 70 km da capital. Nele, trilhas, banhos de bica, piscinas naturais e passeios de barco são oferecidos. Itambé, Carpina, Ribeirão, Quipapá, Paudalho, São Benedito do Sul, Saloá, Bonito, Sairé, Vitória de Santo Antão, São Joaquim do Monte, Brejo da Madre de Deus, Nazaré da Mata e Moreno completam a lista.

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