Folha de Pernambuco
A
lista parcial do Tribunal de Contas do Estado (TCE) com 1.404
ordenadores de despesas públicas nos âmbitos municipal e estadual, que
tiveram contas rejeitadas nos últimos cinco anos, tornou-se pública
ontem, através da Internet. Caso a Justiça Eleitoral considere que os
pré-candidatos presentes na relação não possam disputar as eleições
deste ano, serão enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Na última
segunda-feira, a lista elaborada pela Corregedoria do TCE foi entregue
ao Ministério Público Eleitoral (MPE) e ao Tribunal Regional Eleitoral
(TRE-PE).
De acordo com levantamento feito pela Folha de
Pernambuco, ao menos 13 prefeitos que podem se candidatar à reeleição
estão com seus nomes na lista (veja a tabela nesta página). Outros 25
prefeitos são citados, mas não podem se candidatar por já estarem no
segundo mandato. Entre os nomes não constam apenas políticos, mas também
produtores culturais, ocupantes de cargos comissionados, entre outros.
O
fato de constar na lista não torna o gestor inapto a participar do
processo eleitoral de outubro deste ano. De acordo com o procurador
regional eleitoral, Antônio Edílio Magalhães, mais de 150 promotores já
deram início ao trabalho de avaliação caso a caso, nas comarcas, para
verificar aqueles que se enquadram na lei de inegibilidade. Segundo ele,
para ser considerado inelegível, é preciso que se confirme que a
rejeição das contas tenha ocorrido por ato de improbidade que cause
lesão ao erário público. Edílio destacou ainda que, se as contas foram
rejeitadas pelo TCE, mas aprovadas pelas câmaras municipais, vale o
julgamento dos vereadores.
O TCE declarou que a relação definitiva
com os nomes inelegíveis será elaborada e encaminhada à Justiça
Eleitoral, até o dia 5 de julho. De acordo com a Lei da Ficha Limpa, o
político que for enquadrado fica inelegível por um período de oito anos,
a partir do momento que for julgado.
EXEMPLOS
Entre
as curiosidades apontadas na lista, está a presença de três irmãos – os
prefeitos de Primavera, Escada e Amaraji: Jadeilson, Jandelson e Jânio
Gouveia da Silva, respectivamente. Todos são do PR. Destes, apenas
Jandelson não concorre à reeleição por já estar no segundo mandato.
Outro
caso que chamou atenção foi a presença de dois dos principais
pré-candidatos à Prefeitura de Gravatá. Tanto o prefeito Ozano Brito
(PSD) quanto seu antecessor, Joaquim Neto (PSDB), constam no rol.
Alguns
dos gestores já declararam que trata-se de um engano. É o caso do
vereador recifense Múcio Magalhães (PT), que afirmou estar “tranquilo”.
Ele está na listagem por ato em 2011, enquanto ele estava na Secretaria
de Coordenação Política de Governo. Outro que disse que já acionou a
equipe jurídica para pedir a exclusão de seu nome da lista foi o
deputado estadual Carlos Santana (PSDB), que é pré-candidato à
Prefeitura de Ipojuca. De acordo com sua assessoria, ele foi colocado no
rol devido a uma auditoria especial do TCE, referente à época que foi
prefeito do município, mas não se trata de rejeição de contas.
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